palarvore é voz que não sustenta o grito e sai rasgando a garganta. um entregalhos coberto de flores enquanto as folhas espalham o vento. Um primeiro livro, uma semente... uma vida de mortes avulsas e semidiárias. tem raiz e juventude na veia. um caule torto, uma expressão própria. palarvore é fruto de vida intensa com um olhar guloso de sumo adocicado. um réquiem do apodrecer da época. um livro sonoro e dissonante que beira as tensões do que é ser humano. um feminino forte do elemento Terra.

o restante...é erva-daninha e pontos

(...)

domingo, 29 de julho de 2012

O ao redor (des) conversas


 "Diálogo de surdos, não: amistoso no frio. 

Atravanco na contramão. Suspiros no 

contrafluxo. Te apresento a mulher mais discreta 


do mundo: essa que não tem nenhum segredo".


(Noite carioca - Ana Cristina Cesar)



dado é o fim do papo. a palavra-muda. outra palarvore nascente para o início dos contos, poemas, e ambientes internos externalizando os meios todos. de uma franqueza densa, e uma existência que move, a lua assusta quando muda. minguando ela enlouquece mesmo! depois some. estando sempre ali, lidando com as ausências presentes e presenças ausentes, ela é quem rege a maré e o sal.não é difícil pra mim, olhar as coisas da janela. fazer isso, é de meu gosto, mas me interessa mais compôr paisagens. quando não me cabem, ou quando eu não caibo nelas, tudo bem. a natureza também é imperfeita nas coisas. na tela nova, pincéis de tinta em cabelos brancos: quarto crescente! e o clichê girando as cabeças, a tal natureza perfeita das coisas, é  só polaridade. o que tem de mais natural. contemplativa e contemporânea não perco o tempo da lua nova enquanto faço café, fumo um cigarro, escrevo um poema , quero morrer, bebo cachaça, saio com os amigos, me apaixono  atravessando a faixa de pedestre, trabalho com afinco, guardo segredos, sinto coisas, morro de ri, me esqueço, me esquecem... me esqueçam! eu amo essa vida, me crio e crio nela. tudo ao mesmo tempo e eu não perco o tempo da lua nova. volto os olhos a janela e  fico entediada. a paisagem não me interessa mais ver. copio a última linha de um livro que havia lido e  de repente, penso que sim. o clichê que gira a cabeça,  a natureza perfeita das coisas que mudam sempre de lugar, me agrada imensamente. eu sorrio. eu sinto dor no pé torcido a beira do caminho, eu arranco os dentes que doem...  juízo inflamado... e de repente, tudo isso me faz um bem enorme. e sou a mesma. intacta em minha mordida e caminhos. escrevendo tudo isso porque viver é filme, e esse é o meu melhor roteiro, só porque eu não tenho medo... só porque eu me arrisco. trago eu as minhas verdades e convicções próprias. eu disse . e dado é o fim do papo. no dito. na mulher discreta que não guarda segredos. 

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